terça-feira, 25 de setembro de 2012

Receitas veganas do Veganismo.org.br de Laura Kim


Receitas Veganas

      Receitas elaboradas por Laura Kim e amigas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato!
      Visite também: Laura Vegan.blogspot.com 

      No final da página tem Dicas culinárias.
      • Bolo de chocolate vegano
      Ingredientes:
      - 2 xícaras de farinha de trigo;
      - 1 e 1/2 xícara de açúcar;
      - 1/2 xícara de óleo;
      - 1 e 1/2 xícara de água morna;
      - 2 colheres de cacau em pó;
      - 1 colher de fermento.
        Ligue o forno no mínimo. Numa bacia, misture os ingredientes secos e depois o óleo, e aos poucos a agua morna (se quiser adicione avelãs, castanhas, uvas passas ou nozes moídas), por último, 1 colher de fermento. A consistência da massa deve estar cremosa, mas quando voce virar a bacia, a massa deve acompanhar o movimento, ou seja, massa nem muito consistente nem liquida demais. Asse até sentir cheirinho de coisa boa!
      Cobertura:
      - 1 xícara de açúcar
      - 1 xícara de extrato de soja
      - 1 xícara de água
      - 2 colheres de cacau em pó
      - opcionais: 2 gotinhas de essência de baunilha, 1 colher de margarina vegana.
        Bata os ingredientes no liquidificador por 2 minutinhos, vai virar leite condensado. Leve ao fogo baixo mexendo sem parar até ficar cremoso.

      • Brigadeiro / Beijinho vegano
      Ingredientes:
      - 1 xícara de extrato de soja em pó
      - 1 xícara de açúcar
      - 1 xícara de água
      - 2 colheres de cacau, se for fazer brigadeiro; ou meia xícara de coco ralado, se for fazer beijinho
      - opcionais: extrato de baunilha, margarina 100% vegetal
        Leve todos os ingredientes numa panelinha em fogo médio, mexa sem parar. O ponto de brigadeiro é quando no fundo da panela a mistura começa a desprender - conte 1 minuto, continuando a mexer, em seguida transfira a mistura para um prato para esfriar melhor. Pronto! Agora é só enrolar. Eu nem enrolo com as mãos, pego uma colherzinha da mistura e passo no chocolate granulado ou no coco ralado. Assim, envolto nos granulados, fica mais fácil fazer o formato de bolinha.

      • Churrasquinho vegano
       Ingredientes:
      - 2 xícaras de proteína de soja grande (ou bife de glúten em cubos)
      - 2 abobrinhas
      - 2 pimentões vermelhos
      - 2 xícaras de cebolas pequenas ou 2 cebolas cortadas em cubos
      - limão, alho, sal a gosto
      - espetinhos para churrasquinho
      - opcionais: abacaxi ou outro legume ou fruta de sua preferência.
        Hidrate a proteína de soja em água morna por 15 minutos. Enquanto isso, pique os ingredientes em cubos. Faça um caldo com limão, sal, alho moído e outro tempero que preferir. Você pode bater no liquidificador azeite, salsinha, coentro e demais temperos. Aproximadamente 1 xícara de caldo é suficiente. Escorra a proteína de soja e coloque-a numa bacia com os demais ingredientes picados, regue com o caldo e deixe de molho por uma noite se puder, se não, pelo menos alguns minutos. Quanto mais tempo de molho, melhor, para a pvt absorver o tempero. Depois é só montar os espetinhos e assar, pode ser no forno convencional mesmo, fica uma delícia!

      • Cookies integrais
      Ingredientes:
      - 4 xícaras de farinha de trigo integral
      - 2 xícaras de açúcar mascavo
      - 1/2 xícara de óleo vegetal
      - 1 colherinha de sal
      - 1/2 xícara de água
      - 1 colher de fermento químico
      - Opcionais: chocolate picado, coco ralado, uvas passas, aveia, castanha de caju etc.
        Misture todos os ingredientes. Leve a massa para gelar antes de assar, já em formato de rolo. Depois de congelada, corte em fatias de 1 cm. Tempo no forno: 10 min ou menos, assim que dourar a parte de baixo do biscoito. Mesmo que ainda esteja mole, pode retirar do forno se estiver dourado embaixo, pois o biscoitinho fica duro assim que esfria. Delícia!

      • Cupcakes veganos de laranja
      Ingredientes: 
      - 1 xícara de farinha de trigo
      - meia xícara de açúcar
      - 1/4 xícara de óleo
      - raspas de 2 laranjas
      - meia xícara de suco de laranja levemente morno
      - 1 colher de fermento para bolo
        Misture a farinha de trigo, açúcar, óleo, raspas de laranja. Adicione o suco de laranja morninho aos poucos, a consistência da massa deve ser cremosa. Acenda o forno no mínimo. Ajeite as forminhas para cupcakes. Misture o fermento à massa, despeje-a delicadamente nas forminhas (encha até meio centímetro abaixo da altura da forminha) e leve ao forno, sempre na prateleira mais alta para não queimar, até sentir um cheirinho bom, aproximadamente 15 minutos, dependendo do forno. Rende 8 cupcakes. Você pode usar outras frutas, como na foto: cupcakes de framboesa e chocolate.
      Cobertura:
      - meia xícara de açúcar
      - 1/4 de xícara de leite de soja ou outro leite vegetal, ou água
        Leve ao fogo numa panelinha e deixe ferver por 1 minuto ou 2. Cubra delicadamente os cupcakes e enfeite jogando raspas de laranja ou açúcar de confeiteiro (açúcar refinado batido no liquidificador) por cima, imediatamente após cobrir com glacê.

      • Cuscuz vegano
       Ingredientes:
      - 4 xícaras de farinha de milho
      - 4 xícaras de água
      - 2 tomates picados
      - 1 pimentão vermelho picadinho
      - 1 pimentão verde picadinho
      - 1 cebola picadinha
      - 1 xícara de palmito picadinho
      - meia xícara de azeitonas verdes ou pretas
      - meia xícara de ervilhas ou milho
      - salsinha picadinha a gosto, sal a gosto, alho, pimentinha ou molho de pimenta a gosto
        Refogue os pimentões, cebola e alho em óleo vegetal ou azeite-de-dendê até dourar, em seguida adicione os tomates, palmito, azeitonas, ervilhas, pimentinha, misture tudo e refogue mais um pouquinho; adicione a farinha de milho, sal e água, mexa bem até formar uma mistura homogênea. Deixe esfriando. Numa fôrma de anel, coloque alguns ingredientes no fundo, tipo fatias de tomate, tirinhas de pimentão, rodelas de palmito, azeitonas etc, para ficar bonito quando desenformar. Agora pegue a mistura e aperte bem na fôrma. Desenforme na hora de servir.

      • Estrogonofe vegano fácil
      - 1/2 litro de molho de tomates fino
      - 2 xícaras de proteína de soja hidratada e escorrida ou bife de glúten cortado em tirinhas
      - 1 xícara de cogumelos champinhon fatiados em lâminas
      - 1 xícara de leite de coco ou aveia, bem forte
      - 1 cebola picadinha
      - tempero: pimenta-do-reino a gosto
      - 1 xícara de conhaque (opcional)
      Frite a cebola picadinha no óleo, juntando a proteína de soja ou glúten até dourar bem. Se desejar, flambe a proteína ou glúten: regue a pvt com conhaque, vire rapidamente a panela um pouco de lado para pegar fogo - a chama vai durar uns instantes, suficiente para dar cor e aroma à pvt. Outra opção: assar a pvt hidratada e escorrida e cortada ao meio por 5 minutos, fica muito bom! Depois de pronta a "carne", junte o molho de tomates já encorpado e os cogumelos. Verifique o sal e adicione pimenta-do-reino a gosto. Adicione o leite de coco ou de aveia e pronto! Sirva com arroz integral, batatas palito assadas e salada verde crua.

        feijoada do Vegetariano Social Clube
      • Feijoada vegana
      Ingredientes:
      - 2 xícaras de feijão preto ou azuki
      - 1 xícara de proteína de soja graúda hidratada e escorrida ou glúten picadinho
      - 1 pimentão vermelho em cubinhos
      - 1/2 nabo em cubinhos
      - 1 cenoura picadinha
      - 1/2 berinjela picadinha
      - 1/2 coco seco picadinho e frito em óleo vegetal
      - 1 canela em pau
      - 1/2 colher de pimenta calabresa desidratada a gosto
        Coloque todos os ingredientes na panela de pressão e cubra com água até uns 2 dedos, aproximadamente. Depois que começar a apitar, abaixe o fogo e deixe por 45 minutos. Enquanto isso, frite 1/2 cabeça de alho picadinho em azeite de dendê ou outro óleo numa panela grande, na qual você adicionará a feijoada. Depois do tempo estimado, abra a tampa, veja se os feijões estão tenros (macios), e jogue o conteúdo naquela panela grande e deixe em fogo médio para apurar o caldo por aproximadamente 10 minutos, com a tampa aberta. Você perceberá se está no ponto quando o caldo estiver grosso, suculento. Vá mexendo de vez em quando com uma concha e se quiser, pode espremer um pouco do próprio feijão no canto da panela. Verifique o sal e se desejar, pode completar com outros temperos como cominho (só uma pitadinha).

      • Gelatina de ágar-ágar
      Ingredientes:
      - 1 litro de suco de frutas
      - 2 colheres de açúcar
      - 2 colheres de ágar-ágar
      - 1 xícara de frutas que preferir: morangos, abacaxi picadinho, kiwi...
        Leve o suco ao fogo com o açúcar. Assim que começar a ferver, coloque o ágar-ágar, continue mexendo por 5 minutos. Retire do fogo, junte as frutas e coloque em fôrmas para esfriar. Não precisa levar à geladeira, solidifica em temperatura ambiente.

      • Glúten / Seitan
       Ingredientes:
      - 1 xícara de glúten em pó (não é a farinha de glúten, tem de ser glúten puro)
      - 1 xícara de água
      - 1 colher de farinha de trigo refinada
        Modo de fazer: misture a farinha de trigo no glúten, adicione a água, misture até formar uma bola que nem chiclete. Em seguida coloque-a numa panela, cubra com água e leve para ferver aproximadamente por 15-20 minutos no fogo baixo. Pode virar a bola na metade do tempo, se desejar. Eu não costumo colocar temperos quando misturo a água no glúten, porque a bola não fica tão compacta. Mas no glúten da foto eu misturei azeitonas fatiadas e fiz um assado, coloquei numa assadeira o glúten com bastante calda de frutas, ameixas e pêssegos. Fui fatiando o glúten para a calda penetrar e ficar mais saboroso.

      • Hamburger de legumes / vegburger
      Ingredientes:
      - 1 batata cozida;
      - 1 cenoura;
      - 1 abobrinha;
      - temperos a gosto: sal, salsinha, orégano, cúrcuma, azeitonas picadas.
      Rale a cenoura e a abobrinha, amasse a batata e misture com os temperos e azeitonas. Polvilhe farinha de mandioca e misture novamente; se precisar, polvilhe também farinha de trigo (verifique a umidade dos legumes). Molde em formato de hamburger e empane no gérmen de trigo ou farinha de rôsca. Pode fritar, grelhar ou assar!
      • Hamburger vegano de proteína de soja
      Ingredientes:
      - 1 xícara de proteína de soja;
      - legumes a gosto: cenoura, abobrinha, batata;
      - sal e temperos a gosto: orégano, curry, cominho, limão.
      Coloque a proteína de soja na água. Enquanto isso vá ralando os legumes e coloque sal e temperos. Esprema bem a PVT no escorredor de macarrão. Numa bacia junte tudo e polvilhe farinha de mandioca, misturando bem. Agora polvilhe farinha de trigo e dê uma segunda misturada. Tente moldar em formato de hamburger; se não der, polvilhe novamente com farinha de mandioca, misture bem e tente de novo. Agora é só fritar, assar ou grelhar!

        • Leite vegano sem lactose
        Ingredientes:
        - um copo de água;
        - um punhadinho de grãos a gosto: castanhas do-pará ou de caju, amendoim, gergelim, nozes, avelãs...
        Bata bem no liquidificador, coe e adoce apenas se quiser. Dica para coar o leite: saquinho para lavar roupas delicadas em máquina de lavar, compre um apenas para essa finalidade. Ou então meio metro de voal.   Sirva gelado ou quente, puro, com café ou chá, ou ainda batido com frutas: morangos, banana, pera, mamão... Importante: não ferva o leite vegetal, ele coagula. Vantagens: não causa reações alérgicas, é um leite encorpado, cremoso, riquíssimo em vitaminas e você pode ter um leite fresquinho a qualquer hora! (na foto acompanhando um delicioso bolinho de banana e canela)

        • Macarrão fácil sem ovos com molho caseiro
        Ingredientes:
        - 1/2 pacote de macarrão (pode ser parafuso ou outro de sua preferência)
        - 6 tomates maduros
        - 1 pimentão verde ou 1 brócolis picadinhos
        - alho e sal a gosto
        - 1 pitadinha de pimenta calabresa desidratada
        - opcional: 1/2 xícara de castanhas-do-pará batida no liquidificador para polvilhar
         Pegue 4 tomates inteiros e ferva até começarem a desmanchar. Em seguida, bata-os liquidificador com um pouquinho de água. Numa panela, refogue no óleo 2 dentes de alho e 2 tomates picados, junte o molho batido no liquidificador e deixe apurar o caldo por 15 a 20 minutos. Enquanto isso, ferva água para o macarrão e cozinhe conforme o tempo descrito na embalagem. Em outra panelinha, refogue o alho restante com o legume escolhido até dourar. Depois de escorrido o macarrão, adicione o pimentão ou brócolis, misture bem, e despeje o molho de tomates por cima, fica uma delícia! Na foto com linguiça 100% vegetal calabresa, polvilhado com gergelim.

        • Macarão oriental vegano
        Ingredientes:
        - 1 pacote de macarrão de feijão ou arroz
        - 1 xícara de cogumelos shitake
        - 1 cenoura crua ralada ou 1/2 xícara de brócolis picado fininho
        - óleo de gergelim para fritar
          Pique os cogumelos em tirinhas, refogue em óleo de gergelim. Ferva o macarrão em água quente por alguns instantes, escorra-o depois que estiver macio, dê uma lavada em água fria para não grudar. Numa panela maior, ponha óleo de gergelim e dê uma fritada no macarrão, juntando os demais ingredientes. Sirva com salada crua verde.

        • Maionese de legumes sem ovos
        Ingredientes:
        - uma batata média cozida;
        - uma cenoura pequena cozida;
        - um terço de xícara de água ou leite vegetal;
        - meia colher de sal;
        - meio copo de óleo vegetal
        No liquidificador, coloque a batata, cenoura, água, sal, e ligue o aparelho. Mantendo ligado, vá adicionando um fio de óleo até dar o ponto desejado da maionese. Guarde em vidro fechado na geladeira. Dica de receita: junte legumes variados cozidos e picados como batata, cenoura, vagem, adicione tomate fresco e salsinha picadinhos, e também um refogado de cebola e alho. Misture tudo e decore a gosto.

        • Manjar de coco com calda de ameixa
         Ingredientes:
        - 1/2 litro de leite de soja ou leite caseiro de castanhas (receita do leite nesta página)
        - 1/2 litro de leite de coco (para fazer caseiro: bata no liquidificador meio litro de água morna com pedaços de coco seco, 1/3 do coco é suficiente, ou 300g. de coco ralado, coe e está pronto o leite de coco caseiro, delicioso, fresquinho e natural)
        - 1 copo de coco ralado
        - 1 copo de açúcar
        - 1 copo de amido de milho
           Dissolva o amido de milho no leite, leve tudo numa panelinha ao fogo, mexa sempre até engrossar, depois que começar a engrossar, continue mexendo por mais 1 minuto. Para esfriar na hora, ponha essa panelinha em outro recipiente maior com água gelada, mexa de vez em quando para não formar película em cima; vá adicionando gelo à água quando necessário.
           Calda: bata no liquidificador 4 ameixas com 1 copo de água, despeje numa forma, coloque a mistura do manjar por cima, leve à geladeira para gelar. Sirva desenformado e decorado com ameixas.

        • Massa de pizza integral da Erika
        - 1 copo de água
        - 1 colher e 1/2 de açúcar
        - 2 colheres e 1/2 de fermento para pão
        - 2 colheres de óleo
        - 3 copos de farinha de trigo integral
        - 1 colher de sal
        Adicione o fermento à farinha e deixe descansar por 10 minutos. Após, adicione os ingredientes restantes e sove por 10 minutos. Deixe descansar por 10 minutos. Sove por 1 minuto e estique em formato de disco de pizza. Fazendo esse processo com paciência, a massa ficará bem levinha e crocante.

        • Nuggets ou bolinhos veganos
        Para fazer esses bolinhos fritos ou assados, você pode usar:
        - 1 batata e 1 cenoura cozidas; ou
        - 1 xícara de brócolis picadinho ou moído no liquidificador
        - 1 xícara de massa de soja (okara), aquele resíduo que fica na peneira quando fazemos o leite de soja com o grão, ou ainda arroz ou feijão cozido e amassado.
        Temperos:
        - 1 cebola picadinha, alho moído a gosto, salsinha picadinha, pimenta-do-reino em pó, cominho, sal a gosto.
        Você vai precisar também de meia xícara de farinha de trigo para dar liga. Pode usar farinha de mandioca também. Basta misturar os ingredientes, dar o formato desejado - nuggets ou croquetes - e fritar ou levar para assar.

          • Pão-sem-queijo da Vanessa Vegan
          Ingredientes:
          - 3 batatas em purê;
          - 300 g. de polvilho azedo;
          - 1/2 copo de óleo;
          - 1/2 copo de água morna;
          - 1 colher de sal.
          Misturar tudo e fazer pequenas bolinhas.
          Dispor as bolinhas na fôrma de modo a não grudarem umas nas outras.
          Assar em forno médio por aproximadamente 10 minutos; não precisa untar a fôrma. Delícia!

          • Pão de fôrma vegano
          Ingredientes:
          - 500g. de farinha de trigo
          - 1 colher de fermento biológico para pão
          - 1 colher pequena de sal
          - 2 colheres de açúcar
          - 1/4 xícara de óleo
          - 250ml. de água morna (mais para fria)
            Misture o fermento à farinha, juntamente com o sal e o açúcar. Adicione óleo e água, a massa deve ficar pegajosa. Sove um pouco, caso fique difícil por estar grudenta, passe óleo nas mãos. Você pode adicionar sementes de linhaça, gergelim, aveia ou outras. Unte com óleo 2 assadeiras para pão de fôrma, divida a massa em 2 e coloque nas fôrmas. Espere crescer, aproximadamente 1 ou 2 horas, dependendo do clima. Depois é só assar em forno médio por 20 minutos, até sentir cheirinho de pão. Para saber se está no ponto, dê uma batidinha no fundo da fôrma, se ouvir um som oco, é porque está bom, pode retirar do forno. Bom apetite!

          • Pão vegano
          Ingredientes:
          - 800 gramas de farinha de trigo, pode ser metade integral e metade refinada
          - 1 sache de fermento biológico tipo Fermix
          - 1 colher de sal, 1 colher de açúcar
          - 1 fio de óleo
          - água morna
          Misture o fermento Fermix a farinha de trigo, sal e açúcar. Adicione o fio de óleo e aos poucos a água morna, atá dar ponto de uma massa moldável. A massa tem de ficar boa de se trabalhar. Não precisa sovar muito. Agora use sua criatividade, você pode rechear, adicionar grãos diversos como aveia, linhaça, etc. Na foto: fiz enroladinho de mortadela vegana e esfirra de espinafre. Ah! Antes de assar, deixe descansando em local fechado e sem passagem de ar por 1/2 hora, a massa tem de crescer antes de ir ao forno.

          • Pastéis assados da Edneia - samosas ou esfirras
          Ingredientes:
          - 1 kg de farinha integral;
          - 2 pacotinhos ou sachês de fermento de pão (tipo fermix);
          - 600 ml de água morna;
          - 200 ml de óleo;
          - sal a gosto.
          Misture tudo numa bacia, cubra com pano e espere crescer. Enquanto isso vá preparando o recheio que quiser. Na hora de modelar em formato de esfirras ou pastéis, pode-se grudar gergelim ou aveia na massa. Feche muito bem as pontas com um garfo. Asse em forno quente.

          • Pastel de feira vegano
           Ingredientes:
          - 1 rolo de massa de pastel (cheque atentamente o rótulo, não deve conter banha animal, ovos etc)
          - recheio de sua preferência:
            Recheio de palmito: 1 lata de palmito picadinho, 1 cebola picadinha, meio ramo de salsinha. Numa panelinha, refogue a cebola picadinha em óleo ou azeite, junte o palmito e a salsinha, sal a gosto e pimenta-do-reino se desejar. Tem gente que gosta de colocar 1 colher de amido de milho (maisena) e meia xícara de água para ficar cremoso.
            Recheio de proteína de soja: 1 xícara de proteína de soja pequena escura, 1 cebola picadinha, 1 tomate picadinho, salsinha. Numa panelinha, refogue a cebola , junte a pvt e deixe dourar. Coloque o tomate, salsinha, sal a gosto e temperos como cominho, caso goste. Pingue gotas de limão. Fica que nem "carne moída".
            Pegue o rolo da massa de pastel, corte aproximadamente 1 palmo de massa, vai ficar um retângulo comprido, coloque o recheio escolhido e feche as bordas com um garfo, pressionando bem para não abrir na hora da fritura. Depois de todos prontos, coloque 2 dedos de óleo numa panela ou frigideira, espere ficar quente e cuidadosamente ponha um pastel; assim que colocar, com a ajuda de uma colher, banhe o lado de cima do pastel com óleo quente para formar bolhas, vire imediatamente, pois frita muito rápido, retire e deixe escorrendo num prato com papel-toalha, em seguida já ponha outro pastel para fritar. Use sua imaginação, todos os recheios ficam gostosos, porque pastel de feira sempre é bom!

          • Pavê de chocolate vegan da Carmen Penha
          - Bolacha maisena 100% vegetal 1 pacote (Marilan)
          - Leite de soja 1 litro
          - Cacau em Pó 2 colh.
          - Açúcar demerara 1 ½ xíc.
          - Maisena 5 colh. Sopa rasas
          - Suco (sua preferência) 250 ml
          - Chocolate meio amargo 1 xíc.
          - Opcionais: 1 colh. sopa de Nescafé
          - 1 cálice de rum ou licor de sua preferência
          Dissolva maisena e cacau em um pouco do leite de soja. Numa panela coloque, nessa ordem:
          - restante do leite
          - chocolate picado
          - açúcar
          - maisena e cacau
          Em fogo baixo, mexa até ficar cremoso. Deixe esfriar um pouco. Em forma refratária arrume camadas de creme e bolacha embebida no suco. Enfeite com lasquinhas de chocolate meio amargo ou castanha de caju.

          • Proteína de soja - Carmen Penha
          Preparo de 1 xícara desidratada: deixar de molho em água quente por 20 minutos. Aperte na água e escorra. Enxágue mais algumas vezes. Por último aperte fora da água para secar. Marinar por ½ hora no seguinte tempero:
          - Shoyu 4 colh sopa
          - Açúcar ½ colh chá
          - Extrato de Tomate 1 colh cha
          - Óleo ou azeite 2 colh sopa
          - Sal pitada
          A proteína assim preparada pode ser utilizada em qualquer prato como quibe, strogonoff, frango xadrez, bolognesa, etc.

          • Queijo ralado
          Ingredientes:
          - 2 xícaras de chá de castanhas (amêndoas, castanhas de caju, castanhas do pará, ou misture todas elas)
          - 2 colheres de chá de levedo de cerveja
          - sal a gosto
          Coloque as castanhas, o levedo e o sal do processador e, utilizando a função pulsar, bata até que fique em pedacinhos (não em pó). Guarde na geladeira e utilize em massas e gratinados em geral.
           
          • Quibe de proteína de soja
          Ingredientes:
          - 2 xícaras de triguilho - trigo para quibe
          - 1 xícara de proteína de soja fina
          - 2 cebolas bem picadinhas
          - 1 cabeça de alho moída
          - 1 pimentão verde picadinho
          - 1 raminho de hortelã picadinha
          - 1 raminho de salsinha picadinha
          - 1/2 xícara de farinha de mandioca
          - 1 colher média de sal
          - 1 pitada de cominho em pó
           Numa panela, aqueça água e coloque o triguilho e a proteína de soja, deixe hidratar por 5 minutos e depois jogue no escorredor (daqueles de macarrão), vá lavando até a água sair transparente, esprema bem. Agora junte todos os ingredientes, misture bem. Unte uma fôrma e nela coloque a massa, deixe assar até sentir o cheirinho, é rápido, você vai perceber quando nas laterais o quibe desgrudar da bandeja.

          • Sopa de legumes
          - 1 batata em cubos
          - 1 tomate picado
          - 2 raminhos de brócolis
          - meia cebola picada
          - 2 dentes de alho amassados
          - 1 talo de cebolinha
          - sal, curry e azeite a gosto
          Coloque numa panela, cubra com água e deixe cozinhar por 20 minutos, aproximadamente. É isso, mais simples impossível! Sopa para dois, sirva com torrada.

          • Torta crudívora do Mitchell
          - 1 xícara de castanhas-do-pará
          - 1 xícara de nozes
          - 1 xícara de ameixas secas ou uvas passas
          - 1 colher de óleo de coco
          - 1 pitada de sal
          Bater tudo no liquidificador até a massa ficar homogênea. Molde numa fôrma amassando com as mãos. Recheio:
          - 1 mamão papaya
          - 1 manga
          Bata as frutas no liquidificador e despeje sobre a massa. Decore com frutas frescas ou secas, folhas de hortelã e nozes trituradas. Mantenha na geladeira .

          • Torta salgada da Luciene Cardoso
          Ingredientes:
          - 3 xícaras de farinha de trigo (pode ser tudo farinha branca ou 2 de branca e 1 de integral)
          - 2 xícaras de água
          - 1/2 xícara de óleo de milho
          - 1 colher de fermento em pó
          - sal a gosto e temperos que preferir: gengibre ralado, salsinha, orégano, pimenta do reino...
            Se usar só farinha branca, coloque na massa um pouco de cúrcuma ou colorau para dar uma corzinha, senão a torta fica muito pálida. Misture todos os ingredientes da massa. Use o recheio que preferir: legumes, PVT, palmito, azeitonas, tomate, ervilhas etc. Unte uma fôrma pequena, coloque metade da massa, despeje o recheio, cubra com a outra metade. 30 minutos de forno médio e está pronta.
          • Tortinha de morango - massa podre vegan
          Ingredientes:
          - 500g. de farinha de trigo (pode ser integral)
          - 350g. de margarina 100% vegetal ou gorduta vegetal hidrogenada
          - meia xícara de açúcar mascavo
          - meia xícara de água
          - 1 pitada de sal
            Misture tudo, a massa deve ficar bem moldável, fácil de trabalhar com as mãos. Pode abrir com um rolo, caso for fazer numa assadeira grande. Asse por 10 a 15 minutos, nem precisa untar a fôrma antes. As tortinhas da foto, use pequenas forminhas, abrindo delicadamente a massa com as pontas dos dedos, moldando no fundo da forma. O recheio eu fiz bem simples: bananas maduras batidas no liquidificador com chocolate 100% vegetal derretido; morangos e aveia em flocos para decorar.


          Dicas culinárias
          • Talos e folhas de couve e brócolis, geralmente jogados fora pelos feirantes, são ótima fonte de vitaminas. Podem ser aproveitados em tortas salgadas, também refogados e temperados com cebola e alho, cozidos com arroz e feijão, e caso a quantidade seja bastante, recomenda-se assar em forno baixíssimo e depois triturar no liquidificador para fazer farinha de folhas vitaminada. Essa sugestão é da Dra. Clara Brandão, reconhecida mundialmente pelo desenvolvimento da Farinha Multimistura. Ela provou que com alimentação simples e produtos típicos brasileiros é possível a nutrição adequada em todas as faixas etárias e a preço acessível a todas as famílias, em especial as mais carentes.
          • Descascou o abacaxi e sobrou muita casca? Faça um chá das cascas lavadas e coloque folhas de hortelã ou salpique cravo e canela. Adoçe a gosto.
          • Para não soltar baba do quiabo, basta pingar algumas gotas de limão na hora de refogar.
          • Muitas pessoas não gostam de jiló, mas cozido com algumas fatias de tomate e cebola, e temperado com pimenta-do-reino, fica delicioso.
          • Abóbora pode se tornar um prato principal delicioso se depois de cozida for salpicado bastante alho frito e salsinha. Esse prato, conhecido como Quibebe, é comum no interior de várias cidades do Brasil.
          • Para empanar nuggets de vegetais ou fatias de berinjela: numa tigela coloque farinha de trigo e vá adicionando água aos poucos até dar liga (consistência de creme). À medida que for empanando, vai ser preciso adicionar mais água. Depois passe na farinha de pão (simplesmente pão velho batido no liquidificador). Não é preciso usar ovos, não é necessário gastar dinheiro nem consumir colesterol. Todas as vitaminas presentes no ovo podem ser encontradas no reino vegetal.
          • Batatas fritas assadas - outro jeito de fazer batatas fritas é assando! Sim, fatie-as no formato "palito", unte uma assadeira com óleo ou azeite, e disponhas as batatas já cortadas na frigideira. Eu dou uma salpicada com água nas batatas. Leve ao forno até dourar (você vai sentir o cheirinho bom), mas tem de dourar em cima também, para isso, ponha seu forno para gratinar. Caso seu forno não tenha essa função, vire as batatas do outro lado.  
          • Feijão perfeito: se possível, deixe de molho na véspera. Mas se você não fez isso, não tem problema. Escolha os grãos, tomando cuidado para não deixar pedrinhas (muito comum), lave na panela de pressão e cubra com água 1/ 3 a mais da quantidade do feijão. Não ultrapasse mais da metade da panela, o feijão vai subir bastante. Nessa etapa pode colocar talos picados de vegetais para enriquecer. Espere começar a ferver (quando apitar), abaixe o fogo e conte 45 minutos. Após, leve a panela ainda fechada debaixo da torneira de água aberta, não abra a tampa, ela vai abrir sozinha. Volte a panela ao fogo alto sem tampa para apurar o caldo. Com uma coher de pau, pode espremer um pouco do feijão na parede da panela. Enquanto isso, em outra panela, refogue alho moído (na quantidade que desejar) até dourar, então jogue na panela. Tempere a gosto: sal, pimenta-do-reino, salsinha picadinha, cominho. Delicioso!

          terça-feira, 18 de setembro de 2012

          BBB Bife Barato Brasileiro QUEIMA as Florestas


          http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20886

          Devemos celebrar o agronegócio e compartilhar o fogo e a destruição das floresta?


          O Brasil tropical chegou ao mês de setembro ardendo fogo para todo lado. Do centro-oeste à Amazônia, somando um total de 104 mil focos, no levantamento do INPE de janeiro até o dia 11. Muitos incêndios criminosos, como os que atingiram 110 áreas de conservação no país, incluindo o Parque Nacional do Xingu, o Parque Nacional do Araguaia e a Reserva Extrativista Chico Mendes. Nesse país, na hora em que a cotação da soja bate recorde, e uma saca de 60 kg é vendida a 32 a 33 dólares; a arroba do boi tem previsão de ultrapassar os RS100 em dezembro, o que significa R$l.700,00, por um boi de 17 arrobas, uma média nacional nos frigoríficos, a floresta queima como no século XIX.

          O historiador carioca José Pádua relata em um livro chamado “Um sopro de destruição”, a tecnologia do machado e do tição para implantar uma agricultura ineficiente, baseada na escravidão. Queimava-se o mato e quando não produzia mais e as formigas tomavam conta, queimava-se novamente, em outra área. O próprio José Bonifácio, em um texto para a Assembleia Constituinte de 1823, fala que o Brasil poderia se nos transformar “paramos e desertos da Líbia em dois séculos”, se continuasse a queimar as florestas daquela forma.

          -“Que respostas daremos aos nossos netos no Tribunal da Razão por crimes tão horrendos”, perguntava ele no discurso.

          Uma declaração em setembro de 2012 reafirmada pelo coordenador de monitoramento de queimadas do INPE, Alberto Setzer:

          -“Quando o mercado acelera o ritmo, com produtos como a soja sendo vendidos a preços considerados atrativos, os produtores sentem-se estimulados a aumentar as fronteiras agrícolas, E essa ação é feita basicamente a partir de queimadas”.

          O agronegócio brasileiro, incluindo o complexo soja (farelo, grão e óleo), carnes, açúcar e etanol representa 36% das exportações brasileiros e chegou a US$ 88 bilhões em 2011. A soja atingiu US$ 21 bilhões. As previsões para 2012 apontam para uma produção de mais de 80 milhões de toneladas em quase 30 milhões de hectares. Os chineses, que compram US$ 10 bilhões, de soja principalmente. Os Estados Unidos, que deveriam produzir 83 milhões atravessam uma seca anual no Meio Oeste, que já derrubou as previsões de colheita do milho e jogaram os preços internacionais para cima. 

          Algumas analistas de mercado divulgaram uma quebra de 100 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura (USDA) baixou a estimativa de colheita em 14%, para 329 milhões de toneladas, com quebra de 46 milhões. O problema é que 40% desse total é dirigido à fabricação de etanol – cerca de 50 bilhões de litros – para garantir 10% na mistura com a gasolina.

          O bushel (25kg) do milho custava dois dólares antes da mistura. Agora vale nove dólares. Os preços da ração subiram 35 a 40%, e no Brasil um litro de óleo, quer dizer, 900 ml, custa mais de R$8,00, no supermercado, praticamente o dobro do preço.

          Enfim, a especulação está do jeito que o capitalismo esclerosado tem adotado desde a crise financeira de 2008. Nos índices futuros de commodities, como o CRB, as aposta subiram de US$67 bilhões para US$96 bilhões até julho. Entre as mercadorias cotadas em bolsas as agrícolas figuram em terceiro lugar em termos de apostas. Primeiro são as metálicas, que agora estão em baixa, mas abocanham cerca de US$110 bilhões, seguidas pelas energéticas, um pouco abaixo. A correlação entre os índices da Bolsa de N. York e o CRB estreitaram-se a partir de 2008. Era numa, pulou para mais de 90%, agora está em torno de 73%.

          O problema do Brasil é que o agronegócio avança pela floresta, mesmo na região Norte, e no que resta do cerrado, agora no oeste da Bahia, sul do Piauí, no oeste do Maranhão e no Tocantins, área denominada de Mapitoba, e que já tem 3,3 milhões de hectares de soja, milho e algodão, contando apenas os três últimos. Prefeitos do oeste baiano, como as cidades de São Desidério, Luís Eduardo Magalhães e Cotegipe, divulgam aos quatro ventos que existem mais três milhões prontos para serem ocupados. Quer dizer, mais três milhões para derrubar.

          Corumbá durante um mês, entre agosto e início de setembro, liderou o número de focos de queimadas, passando de mil. É o maior município do MS, mas tem um rebanho que no início da década passada estava em dois milhões de cabeças e agora deve ter duplicado. Os pantaneiros normalmente queimam seus pastos nativos, porque não são roçados e muito menos adubados. É a forma de limpá-los e, não sofrer com o fogo ocasional.

          O segundo no ranking da tragédia da seca brasileira era justamente Cotegipe com 459 focos. Mas São Desidério registrava 257. O maior índice de queimada continua disparado nos municípios do Mato Grosso, por motivos óbvios: é onde o agronegócio mais avança. Mesmo área já convertidas em pastagens como São Felix do Araguaia com 382 focos na segunda semana de setembro, Campos Novos dos Parecis, área de influência dos Maggi, com 135 e Nova Mutum, no início da BR-163, a Cuiabá-Santarém, também com 135. Altamira queimava em 166 pontos e São Félix do Xingu em 152 pontos. 

          Somente no dia 10 de setembro o Cerrado contava 2.447 focos e a Amazônia 1.450. O Maranhão até o início de agosto já tinha quase seis mil focos, o Mato Grosso oito mil, Rondônia, que tem um dos menores índices de florestas, bateu recordes com mais de cinco mil focos.

          No dia 10 de setembro anotei algumas manchetes de jornais: São Paulo veta queima de cana em 488 municípios. Ribeirão Preto batia recorde de temperatura acima de 30ºC e 17% de umidade. Registrados apagões no oeste baiano pela queima. Corumbá ficou um dia sem luz, telefone e internet. Sudeste do Pará com dezenas de queimadas ilegais. Queima de vegetação aumenta 80% no país (jornal Nacional). Reservas ambientais devastadas pelo fogo no país (Correio Braziliense). Grajaú, Maranhão: Ministério Público e população protestam contra queimadas.

          Até 2006 morei em Campo Grande. O Mato Grosso do Sul não é mais área de expansão agrícola, com exceção do Pantanal, onde cada vez mais se implanta pastagem cultivada, por isso, a fumaça voltou a atingir a capital. Lógico, que os brasileiros, no geral, pela tradição cultura extrativista continuam queimando qualquer coisa, durante a seca. Desde terreno baldio, até o lixo do fundo do quintal. Mas esses são minúsculos casos. Na década de 1990, a primeira chuva, que dava como encerrado o ciclo da seca, chegava ao sete de setembro. Estava na boca do povo. Não chega mais. O fogo continuará principalmente nas áreas estratégicas para o cerrado – onde estão as nascentes dos principais rios do Brasil. O São Francisco depende dos afluentes que nascem no oeste de Minas Gerais e oeste da Bahia, justamente onde mais se desmatam. O biólogo Fábio Olmos, fez um retrato dos biomas brasileiros numa série sobre sustentabilidade dirigida pelo professor José Goldemberg, lançada recentemente. Sobre o cerrado ele escreveu:

          - É o segundo maior bioma sul-americano, com área original de mais de dois milhões de km², além do Brasil inclui áreas do Paraguai, Bolívia e até o Peru. Nas estimativas do Ministério do Meio Ambiente, 48% das áreas originais foram perdidas até 2008, equivale às áreas do Mato Grosso e Santa Catarina reunidas. São Paulo só tem 2% da área original. Em 2007, as unidades de conservação representavam apenas 2,76%, porque as políticas de conservação se concentraram na Amazônia.”

          O cerrado continua ele, “é a principal responsável pela produção hídrica de algumas das mais importantes bacias hidrográficas brasileiras, como a do São Francisco, que abrange 47% da área, mas responde por 94% da água que por ela flui. Os municípios do oeste da Bahia, como São Desidério, Luís Eduardo Magalhães e Correntina, onde nascem os principais afluentes do São Francisco, são os que mais desmataram na área do bioma desde 2002”.

          No caso da bacia do Araguaia-Tocantins, o cerrado abrange 78% de sua produção hídrica. E outros afluentes do rio Amazonas, como Guaporé, Juruena, Teles-Pires e Xingu têm nascentes situadas no cerrado e todos sofrem os impactos dos desmatamentos, para a expansão da agropecuária. Existem estudos de campo que mostram como as árvores e arbustos do cerrado bloqueiam a saída da água na estação seca.

          - Em 1998, 49% da bacia do rio Tocantins havia sido convertida em áreas de plantio e pastagens, aumentando a descarga no referido rio em 24%... "A tendência coincide com o aumento das cheias em áreas como Marabá, enquanto os lençóis freáticos que alimentam a vazão dos afluentes se tornam cada vez mais depauperados, o que deve levar a perda de nascentes”, explica Fábio Olmos. Os estudos apontam também que a conversão do cerrado natural em pastagens reduz a precipitação em pelo menos 10%, os veranicos podem se tornar mais frequentes e a temperatura média do ar superficial pode aumentar em 0,5ºC, com grandes implicações para a agricultura e o fornecimento de água.

          “Embora a porção mais vocal do agronegócio, finaliza o biólogo, despreze o cerrado, considerando-o mera área de expansão, é óbvio que essa visão é equivocada e a perda do cerrado representa a perda dos próprios sistemas climáticos e hidrológicos que sustentam às atividades econômicas”.

          Em 1979, outros dois pesquisadores especializados na região, Robert Goodland e Mário G. Ferri, da USP, lançaram um perfil da ecologia do cerrado. Comentaram o lançamento do Plano de Desenvolvimento do Cerrado, chamado Polocentro – concedia benefícios fiscais, crédito e tudo o que fosse necessário -, para a instalação da agricultura e pecuária.

          - A calagem, correção do solo com calcário, e a adubação intensiva podem tornar os cerrados produtivos. Se de um lado isto abriu nova fronteira agrícola, de outro vai colocar as áreas de cerrado em perigo de rápido desaparecimento... temos afirmado que um dos maiores méritos do programa Polocentro, foi desviar da Amazônia para o cerrado, ao menos em parte a exploração agropecuária. Melhor, pois, começar a exploração agropecuária no cerrado, onde os ecossistemas são menos frágeis que os da Amazônia. "Enquanto isso, podem se desenvolver pesquisas que nos ensinem como utilizar de modo racional a Amazônia, sem que ela venha a sofrer os mesmos riscos de hoje.”

          E aí o Mato Grosso, onde grande parte da sua área é dominada por matas amazônicas se tornou o maior produtor de grãos do país, com mais de seis milhões de hectares ocupados- e quase 30 milhões de cabeças de gado - e com a expansão avançando em todas as áreas, recebendo migrantes do Sul, como se a ocupação do cerrado continuasse igual a da década de 1980. Cidades surgem em uma década. De Porto Alegre, a empresa rodoviária Ouro e Prata tem uma linha que terminava em Guarantã do Norte, no norte do Mato Grosso, e outra em direção ao Tocantins, via Primavera do Leste – essa uma cidade de gaúchos. Hoje a linha se estendeu até Santarém, o ponto final da BR-163, onde a Cargill instalou um graneleiro com capacidade para 1,2 milhão de toneladas. A linha é diária, e faz uma conexão com os imigrante, no norte do RS.

          Eles continuam vendendo 10, 15, 20 hectares e trocando por 500 no meio da Amazônia. Mas acham que a visão e o planejamento do país é esse mesmo. Derruba a floresta e troca por soja e boi. É assim que o rebanho da região soma 40 milhões de cabeças, Os grileiros vão avançando nos 80 milhões de terras devolutas e o baile segue. Primeiro os madeireiros cortam as toras que mais valem, depois botam fogo. Jogam a semente de braquiária e está formado o pasto. Depois outro vende, limpa os troncos queimados e as raízes, e deixa a área pronta para a soja ou o algodão. Não tem nada de mata ciliar, reserva obrigatória. Fazem isso desde os governos militares e continuam.

          Não interessa se a vazão da bacia do Amazonas-Tocantins corresponde a 18% da água doce jogada no Atlântico. Qual a influência de sete trilhões de toneladas de vapor de água no funcionamento do clima, que é o vapor de água que a floresta libera. O negócio, ou melhor, o agronegócio, explora oportunidades econômicas e não quer limites. Em Primavera do Leste, e no oeste baiano, eles plantam com irrigação com pivô central, podem irrigar uma área de até 150 hectares. Em 2006 visitei Primavera do Leste, na época tinha a maior concentração de pivôs do país. Alguns produtores faziam três ciclos, quer dizer, três plantios. E sempre de soja, sem intervalos. Até estourar a ferrugem asiática, um fungo que destrói a plantação. Chegaram a gastar R$1 bilhão em fungicidas. O fungo ataca pela umidade. E porque a exploração é intensiva demais. Depois disso, o governo do Mato Grosso decretou o vazio sanitário, obrigando a um intervalo de três meses, sem plantio.

          Já é público e notório que o Brasil virou o campeão no uso de agrotóxicos. Entre os anos 2006 e 2012 as vendas de agrotóxicos cresceram 72%, passaram de 480,1 mil toneladas para 826,7 mil toneladas, segundo o Sindag, o sindicato das indústrias produtoras. No mesmo período a área cultivada com grãos, café e cana cresceu 18%, de 68,8 para 81,7 milhões de hectares. Por hectare as aplicações aumentaram de pouco mais de 7 kg em 2005 para 10,1kg, em 2011. O consumo que mais cresceu foram os fungicidas de 56 mil toneladas para 174 mil toneladas. Os herbicidas estão no topo da lista: cresceram de 279,2 para 403 mil toneladas. O faturamento das empresas dobrou, chegou a US$8,5 bi, no mesmo período.

          A explicação de um executivo do setor: o problema era subdosagem. Ou então, agora os produtores tem mais renda, estão aplicando mais. Em Primavera do Leste, visitei um deles, Borghetti, parente do músico. Tinha estipulado um dia da semana só para atender vendedores de agrotóxicos. Porque antes, era todo dia, sempre com a mesma conversa: o produto mata tudo, resolve todos os problemas.

          O Brasil, desde 2005, com a aprovação das sementes transgênicas, planta 30 milhões de hectares de soja. Agora também milho. A planta transgênica é imune ao glifosato, um herbicida vendido pela Monsanto junto com a soja Roundup Ready, cuja patente expira em 2014. Também é público e notório que algumas plantas tornaram-se resistentes ao glifosato, tais como capim amargoso, buva, corda de viola, trapoeraba e o próprio milho transgênico que nasce no meio da lavoura de soja. Nos Estados Unidos, o USDA calcula em 10 milhões de hectares da área infestada. O que acontece? Comprar outro herbicida. Um seletivo, que ataca somente algumas plantas. Veja o caso da indústria Arysta, vende um produto chamado Cletodim. O diretor da empresa, Flávio Prezzi esperava uma redução de 75% nas vendas, com a adoção da semente transgênica, porque o glifosato tomaria o mercado. Qual a surpresa dele de ver as vendas aumentarem de 400 mil litros em 2011 para um milhão. Espera vender três milhões de litros nos próximos anos.

          César Borges de Sousa é o presidente da Associação Brasileira de Produtores de soja NÃO geneticamente modificada. Ele é um industrial e comanda a Caramuru Alimentos. Escreveu um artigo para o Valor recentemente. Comparou os custos de produção da convencional – R$1.187,60 por há e da transgênica –R$1.219,86. Contando mais a economia de royalties que não precisam pagar – R$47 milhões- cerca de R$32,20 por ha, tiveram uma renda adicional de R$235,3 milhões. Depois de enumerar vários argumentos, tais como a infestação, o custo de produção, a produtividade menor, no artigo intitulado “Mito Transgênico”, completou:

          - A propalada redução na utilização de defensivos que a transgenia proporciona ao meio ambiente não passa de mais um mito. Não fosse o programa ‘soja livre’ da Embrapa, o produtor ficaria a mercê do monopólio da transgenia, fato que infelizmente pode estar ocorrendo no mercado do milho... uma questão de soberania nacional”. 

          Mas a Monsanto está contra atacando. Já lançou a semente Intacta RR2Pro, que contém mais um antídoto contra veneno, chamado de BT, de Bacilo Thurigiensis, na realidade um inseticida natural encontrado em um inseto. Vai cobrar R$115 por hectare de royalties, cerca de cinco vezes mais que o anterior. Interessante é a carta que a Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), mandou para a Casa Civil, pedindo ao governo que intercedesse junto à embaixada daquele país no Brasil, para acelerar a aprovação dos “eventos transgênicos no Brasil”, também sejam adotadas pelo Ministério da Agricultura de lá. A Monsanto está embuchada com sementes suficientes para plantio de 500 mil hectares de soja, e faturaria R$47 milhões em royalties.

          Então, por isso a pergunta: devemos celebrar o agronegócio e seu poder econômico e suas receitas, e compartilharmos do fogo, do veneno residual, da destruição das florestas e das nascentes dos principais biomas brasileiros, sem contar os hospitais lotados no interior, de gente que não aguenta mais respirar fumaça todo dia, sem contar os conflitos e as mortes no campo, fruto dessa expansão tecnológica e moderna. Só existe uma opção?