terça-feira, 27 de setembro de 2011

Meat the Truth exibido na UNISINOS

Márcio Linck ministra palestra e exibe o documentário “Meat the Truth – Uma verdade mais que inconveniente” na UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos HOJE 27 de setembro

Nesta terça-feira, 27 de setembro de 2011, às 19h30min, na sala 2C210 das Ciências da Saúde da UNISINOS o historiador, ambientalista e ativista pelos direitos animais e pela libertação animal *Márcio Linck ministrará palestra tendo por referência a exibição do documentário “Meat the Truth – Uma verdade mais que inconveniente”.

O palestrante trará à tona as questões éticas e ambientais que cercam a pecuária e, consequentemente, a exploração animal inerente à essa modalidade que ainda persiste no século XXI.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Compostagem VEGAN!

http://sitiocurupira.wordpress.com/compostagemvegam

Composto Vegan

Aqui vai uma dica do Curupira para os amigos vegetarianos que não criam animais por razões éticas ou por falta de espaço, para produzir esterco utilizado tradicionalmente na agricultura orgânico

Este artigo não procura desencorajar vegetarianos e vegans na promoção de alimentos orgânicos, pois o cultivo por meios químicos é prejudicial à Terra, aos animais e à nossa saúde. Existem, porém, passos que vão além da cultura orgânica tradicional, mais compatíveis com os conceitos vegetarianos.

Na foto acima aparece o composto feito apenas com grama cortada e poda de árvores trituradas em um picador tradicional. Pode-se enriquecer mais o composto triturando leguminosas como feijão guandu, feijão-de-porco ricos em nitrogênio. Quanto mais espécies de plantas trituradas mais completo fica o composto.

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Cultivo Vegan

As pilhas de composto e os canteiros na fazenda de Will Bonsall indicam que ele se dedica à agricultura orgânica. Porém, uma observação mais cuidadosa revela não apenas a falta de sacas de fertilizantes químicos, mas também a ausência de qualquer adubo animal. Nos últimos 20 anos, Bonsall tem se dedicado ao cultivo vegan, um termo (e método) desconhecido até para muitos vegetarianos. Bonsall avançou ainda mais no cultivo orgânico evitando o uso de subprodutos de origem animal. Por que os agricultores orgânicos utilizam fertilizantes de origem animal, como estrume e subprodutos do abatedouro? Esses produtos têm valor fertilizante, pois contêm nutrientes essenciais como nitrogênio, fósforo e potássio, e a matéria orgânica do estrume ajuda a melhorar a estrutura do solo. Esse tipo de fertilizante sempre esteve disponível nas comunidades rurais a custo baixo ou zero, e agricultores que também criam animais têm seu próprio esterco em abundância. Horticultores e agricultores orgânicos consideram a decomposição de produtos animais um componente natural do processo orgânico. Embora agricultores orgânicos sejam encorajados a obter estrume em “fazendas orgânicas”, isso não é requisito para obter o certificado de produtor orgânico. Os horticultores, às vezes, conseguem obter adubo orgânico quando residem em áreas rurais, mas muitos compram adubo de animais criados em confinamento não orgânico. O aumento explosivo da criação de gado em confinamento tem provocado um aumento paralelo de dejetos de origem animal e esse excesso constitui um grande problema. Nos Estados Unidos, o gado produz 105 toneladas de estrume por segundo e o nitrogênio desses dejetos é convertido em amônia e nitratos que se infiltram na água de superfície e subterrânea, contaminando poços, rios e cursos d’água.
“O fazendeiro que cria animais em confinamento tem uma quantidade enorme de estrume da qual precisa se livrar e ele deveria arcar com todos os custos relacionados à poluição do solo, da água e do ar”, diz Scheps. “Se essas despesas forem pesadas, talvez ele se dedique a algo menos prejudicial para o meio ambiente como, por exemplo, cultivar couve” afirma. E o que dizer do estrume da vaca que vive em um estábulo tradicional? Para que uma fazenda de gado leiteiro seja comercialmente viável, precisa manter muitos animais em um espaço limitado e, portanto, terá problemas com o estrume. Embora as condições não sejam tão ruins como no confinamento, as vacas leiteiras são forçadas a manter os ciclos de gravidez / lactação e os bezerros machos são geralmente vendidos aos produtores de carne de vitela logo após o nascimento. Quando não são mais consideradas produtivas, a maioria das vacas leiteiras é abatida para que sua carne e couro sejam aproveitados. Quando usamos estrume dessas fazendas, ajudamos a explorar os animais.

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Para acelerar a fermentação pode-se colocar cana-de-açucar picada, caldo de cana ou simplesmente água sem cloro, como aparece nafoto acima. Aqui no Curupira usamos um gabarito de tela para facilitar a mistura do composto, pois sem ele o monte acaba ficando uma pirâmide. Mas não é regra, é apenas uma dica para facilitar o trabalho. Precisa-se apenas de um gabarito para empilhar vários compostos. O gabarito mede 1m de diâmetro por 1m de altura: medida padrão recomendada para facilitar a compostagem. Veja o vídeo do uso do gabarito de tela .

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Mas, como obter nitrogênio?

A primeira pergunta que muitos fazem quando querem fazer horticultura sem produtos animais é “Como podemos compensar a falta de estrume?” Isso corresponde a perguntar a um vegetariano como ele obtém proteínas em quantidade suficiente. Fazer a pergunta “como compensar” significa inferir que os produtos animais como comida ou fertilizante são o que há de melhor. Os vegetarianos sabem que são muitas as razões pelas quais a alimentação baseada em vegetais é superior à alimentação a base de carne e, para os vegans, os motivos éticos são óbvios. Muitos, porém, desconhecem todos os outros benefícios da adubação usando somente plantas.

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Quando o composto estiver escuro, frio e com cheiro de terra, ele está pronto para ser usado.

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Fertilidade e uso da terra

A fertilidade do solo não vem dos animais, vem das plantas na base da cadeia alimentar. A nutrição humana também não tem origem animal. Quando uma pessoa come carne, obtém nutrientes daquilo que serviu de alimento para o animal. Obter nutrientes dessa forma não só é nocivo à saúde, como também constitui uma maneira ineficiente de utilizar energia e recursos. A carne, por exemplo, não contém nada das fibras que o animal comeu e seu teor de proteína é elevado demais. Da mesma forma, quando o capim é “filtrado” através de uma vaca, quase todo o nitrogênio é perdido pela urina. Se colocarmos o capim destinado a alimentar uma vaca diretamente na pilha de composto, obtemos todo o nitrogênio necessário, além de outros nutrientes que não são encontrados no estrume. Usando o capim, vamos obter mais matéria orgânica do que com o estrume e, portanto, mais fertilizante. Colher a fertilidade na fonte é uma maneira bem mais eficiente de obter nutrientes. Eliot Coleman vem usando adubo orgânico há mais de 40 anos, sendo que nos últimos 15 usou métodos vegans. No início dos anos 90, Coleman recebeu uma verba para pesquisar a produção em escala comercial usando composto vegetal em vez de adubo animal. Através da pesquisa, Coleman determinou o número de hectares de feno necessários para fertilizar um hectare de plantas alimentícias. Descobriu que a relação é de um hectare para produzir o feno por um hectare para produzir alimentos. Isto no Maine, EUA, onde o solo é rochoso e difícil de arar. Se fosse usado adubo animal em vez de capim, o espaço necessário para fertilizar aquele hectare usado para cultivar alimentos precisaria ser quatro vezes maior — considerando o espaço para o pasto e a forragem para os animais. A pastagem excessiva tem levado à erosão e à formação de desertos nos quatro cantos do mundo. E a imensa quantidade de fertilizantes e agrotóxicos — usados na produção de alimentos para os animais — acaba poluindo águas superficiais e subterrâneas. Agricultores orgânicos que dependem das vacas para obter fertilizantes precisam de muito mais terra do que aqueles que usam métodos vegans. À medida que a população aumenta, depender de animais no cultivo vai levar à derrubada de mais florestas — e conseqüente destruição do habitat da fauna — para dar ainda mais lugar a pastos e cultivos para animais. Mais de 25% das florestas tropicais da América Central já foram destruídos para criar pastos para o gado.

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Foto abaixo: composto pronto usado direto na horta.

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Costumamos passar o composto pronto pelo minhocário, para produzir húmos e facilitar a absorção dos nutrientes pelas plantas. Mas essa passagem pelo minhocário é opcional.

Fonte da tabela: Alternativas Ecológicas para Prevenção e Controle de Pragas e Doenças, de Inês Burg e Paulo Mayer – Editora Grafit

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Mais razões para adotar métodos vegans!

O interesse de Coleman pelo cultivo vegan não se deve ao vegetarianismo, pois ele não é vegetariano. Seu interesse provém da praticidade de cultivar seu próprio fertilizante e não ter que depender de fontes externas para obter adubo. O estrume de gado confinado muitas vezes tem preço elevado devido aos custos de tratamento, embalagem e transporte. Não deixa de ser irônico que o estrume seja caro, apesar do excesso! Outro motivo para o preço elevado do estrume é a demanda crescente porque o público vê o adubo animal como necessário. Como o interesse em horticultura e agricultura orgânica está aumentando, a demanda por adubo “orgânico” poderá vir a exceder a oferta e afetar os preços atuais.

Solo equilibrado, plantas saudáveis

Muitos agricultores acreditam que aplicar adubo em excesso pode provocar um desequilíbrio no solo, plantas doentes e problemas com predadores. Coleman e Scheps descobriram que adubos vegans não causam os problemas com pragas que afetam as hortas onde empregam adubo orgânico não vegan. “A superalimentação do solo, além de ser um desperdício, pode ser prejudicial” escreveu o agricultor vegan David Phillips, Ph.D. “Colocar uma camada grossa de adubo faz com a planta o mesmo que o excesso de comida faz com o corpo humano — crescimento super estimulado, durante certo tempo, depois o desequilíbrio que causa condições patológicas.” O agricultor pode optar entre controlar ou aprimorar a natureza. As pessoas podem matar ervas daninhas com um herbicida. Entretanto, esse produto químico também destrói os microrganismos encontrados no solo e as plantas ficam mais suscetíveis a doenças. Para aprimorar a natureza, usamos barreiras físicas que evitam ervas daninhas (por ex.: cobertura verde, uso de energia solar), extirpamos as ervas daninhas ou simplesmente convivemos com elas. Mesmo hortas com solo equilibrado podem ter insetos indesejáveis, mas nessas hortas seus predadores naturais acabam aparecendo. Se nada for feito contra os pulgões, eles atrairão as joaninhas que deles se alimentam. E, às vezes, esses insetos podem até se tornar úteis: há um tipo de lagarta que se alimenta das folhas da salsa, porém, mais tarde, a larva se transforma em uma borboleta que poliniza as plantas. As plantas que crescem em solo equilibrado nem sempre estão livres de imperfeições. Quando se trata de aceitar falhas, existe uma questão de ordem econômica. Quem planta sua própria horta não se importa com alguns furinhos na folha de alface, mas quem cultiva para fins comerciais vai considerar essa alface imprópria para venda. Fazer a rotação de culturas, produzir cobertura, evitar monoculturas e produtos químicos, adicionar constantemente matéria orgânica são fatores críticos para uma horta bem equilibrada.

Questões de saúde

O estrume da maioria dos animais domésticos aloja doenças intestinais e parasitárias e pode conter resíduos de antibióticos. Animais ruminantes, às vezes, abrigam a bactéria Escherichia coli 0157:H7 no intestino, que pode ser transmitida às pessoas através das fezes. Mesmo os defensores do estrume concordam que, principalmente o estrume, cru, constitui uma ameaça à saúde e aconselham que seja manuseado com cuidado.

O futuro do método vegan

“Hoje, o principal problema da agricultura vegana”, diz Bonsall, “é a dificuldade em encontrar informações a respeito”. No mundo inteiro, muitos agricultores utilizam os métodos vegans (mesmo sem conhecer o termo!), mas não há comunicação entre eles. O escritor inglês Geoffrey Rudd cunhou o termo “vegan” há quase 50 anos e existem diversos livros sobre o assunto, mas muitos agricultores que usam apenas fertilizantes a base de plantas não conhecem essas obras. Muitos vegetarianos que cultivam sua horta com certeza usam métodos vegans. Entretanto, no mundo inteiro, é impossível encontrar esses produtos nos supermercados, porque as pessoas os cultivam apenas para consumo próprio. Há vinte anos, era difícil encontrar produtos orgânicos, mas agora já os vemos por toda parte, atendendo à maior procura. As coisas boas merecem que se lute por elas. Precisamos colocá-las em prática e também informar a população. Quem sabe, um dia encontraremos couve e pepinos marcados com um “V” de vegan no supermercado.

Fonte: Revista da NAVS Vegetarian Voice, verão 1997 A NAVS, North American Vegetarian Society, mantém um cadastro de agricultores vegans. Quem quiser utilizar métodos vegans pela primeira vez, não precisará “reinventar a roda"

Aproveito e colo alguns SEED SAVERS no Planeta

http://www.primalseeds.org/seedexchange.htm

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Bambuuuu! Uma casa vegana!!!!!!

Com a mão na massa mudamos conceitos

Esta oficina de alimentação foi no ano passado.

Tivemos a oportunidade de reunir um coletivo sindical politizando por um consumo ético, solidário, sustentável, da agricultura orgânica e familiar.
E vegano.....
Para sua apreciação....
(Só não babe sobre o teclado....)

http://sustentabilidadesemapi.blogspot.com/2010/05/oficina-gastronomica-rede-ecosindical_25.html

terça-feira, 25 de maio de 2010

Oficina Gastronômica - Rede EcoSindical

Dia 22 de maio de 2010 realizamos no SEMAPI uma “Oficina Gastronômica”, parte das atividades de formação do Projeto Cultura Ambiental, Consumo e Sustentabilidade, as bases para a formação de uma Rede EcoSindical.

A atividade contou com a participação do Ecólogo Felipe Amaral, do Instituto Biofilia, das nutricionistas Regina Miranda, Presidenta do CONSEA – Conselho de Segurança e Soberania Alimentar do RS e Cláudia Lulkin, eco-nutricionista vegana, que vem resistindo a homogenização dos alimentos e lutando por uma agricultura orgânica desde a Cooperativa COLMÉIA, década de 1980.

A primeira fala da Oficina foi de Felipe Amaral. Sua abordagem foi sobre a BIODIVERSIDADE, considerando que no dia 22 de maio comemora-se o seu dia.

Após, Regina Miranda fez a sua intervenção cuja abordagem destacou os aspectos nutricionais dos alimentos industrializados e sobre o seu impacto na saúde humana, além de demonstrar como podemos recolher em nossa cultura alimentar, livre de processamentos e agrotóxicos, os nutrientes necessários para a nossa saúde.

Na sequência, o trabalho transferiu-se para a cozinha do SEMAPI. Cláudia Lulkin, a partir dos alimentos, criteriosamente selecionados, mostrou como podemos cozinhar em nosso cotidiano, atendendo nossas necessidades nutricionais, a baixo custo, ao mesmo tempo em que contribuímos para o desenvolvimento local e para o fortalecimento da agricultura familiar de base ecológica.

Todos (as) com a mão na massa. Deliciosamente ouvimos, interagimos e elaboramos o nosso almoço. Foi um grande momento. Aprendemos que o prazer nas nossas refeições pode ser encontrado nos produtos mais tradicionais e ao nosso alcance. Produtos da época nos quais as nossas avós eram especialistas. E que essa é uma herança que não podemos e não devemos desprezar. Já dizia, e diz, Michael Pollan, jornalista norte-americano, autor do “Dilema do Onívoro”, “não coma nada que sua avó não reconheceria como comida”.

Aprendemos mais. Cozinhar, estarmos à volta da mesa e criarmos situações que envolvam nossos (as) filhos (as), nossos companheiros (as), nossa família na elaboração e degustação de uma boa comida regional, com produtos locais, tem um valor que ainda somos incapazes de dimensionar.

Vamos pensar sobre isso?

Abaixo as fotos que retratam o nosso sábado.

Um grande abraço.
Iara Aragonez.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

vc já comeu a Amazônia? 5 de setembro é o dia dela.....








maio 20, 2009




coti_eco





Eu não aceito que, em meu nome, o governo federal brasileiro conceda autorização para o desmatamento da Amazônia, e você, aceita? Eu não autorizo que o dinheiro público, de bancos oficiais, seja empregado para a criação de bois na Amazônia, e você, autoriza?





Você e eu somos bois-de-presépio ou cidadãos do planeta? Você acredita que a sua forma de viver, alimentar-se, comportar-se, construir a sua casa, presentear seus amigos, visitar os lugares ou votar possua relação direta com a Amazônia?





Caso afirmativo, você aceitaria avaliar se está comendo ou não a Amazônia? A cada dia as pesquisas científicas e os relatórios ambientalistas são mais taxativos: não podemos nos dar ao luxo de esperar que as pessoas se convençam sobre a gravidade da situação da Amazônia. Será tarde demais quando fazendeiros, garimpeiros, madeireiros, funcionários públicos, representantes do poder público e a população em geral , despertarem para o fato. Teremos perdido a maior parte da Amazônia.





Os fatos





Em cinco séculos 95% das populações indígenas desapareceram. Nações inteiras foram extintas pelas doenças, pela escravidão e pelas armas trazidas pelos europeus. As Nações que sobreviveram, cerca de 180, com mais de 200 mil indivíduos (1% da população da região), contam com poucos aliados entre os funcionários públicos e organizações da sociedade civil para se defenderem de garimpeiros, caçadores, ladrões de madeira e grileiros.





Em termos sociais a Amazônia é uma das regiões de maiores desigualdades econômicas e sociais do planeta. Esta é, de longe, a mais violenta do país, respondendo pela maioria dos casos de morte em conflitos pela terra, número de trabalhadores escravizados em fazendas de pecuária e pela grande insegurança das áreas urbanas.





Os 23 milhões de habitantes estão longe de se beneficiar da biodiversidade, da etnodiversidade, de suas riquezas culturais e da produção de madeira e minerais. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU) da região equivale ao dos países mais pobres do planeta.





Em termos ambientais oferecemos, ano após ano, o maior espetáculo de pirotécnica ao queimarmos mais florestas para virarem pasto. O desmatamento e as queimadas da Amazônia tornam o Brasil um dos principais paises emissores de gases que contribuem para o efeito estufa. As mudanças climáticas são irreversíveis.





Em termos de biodiversidade, em apenas 4% da superfície terrestre a Amazônia continental deve abrigar mais de 1/5 da biodiversidade do planeta. Nas áreas mais comprometidas, como no entorno de Belém, por exemplo, ¼ das aves estão ameaçadas de extinção. Uma vez extinta uma espécie, esta extinção é para sempre.





Em termos ambientais, de 1.500 a 1.964 desmatamos menos de 1% da Amazônia. Nos últimos 40 anos desmatamos cerca de 16% da região, uma área equivalente a duas vezes a Alemanha (ou três estados de São Paulo) em pasto. Esta área de 750 mil km2 é duas vezes maior que a área agrícola do pais. Pior, 1/4 desta área encontra-se abandonada porque o objetivo de derrubar o mato foi o de tomar a posse da terra, para dizer: aqui tem dono.





No momento estamos perdendo cerca de 24 mil km2 de cobertura nativa ao ano. Isto significa que a cada ano estamos desmatando uma área equivalente a 2/3 da Bélgica (ou do estado de Sergipe).





A cada ano perdemos cerca de 1% do que resta da floresta amazônica. Se nada for feito teremos perdido mais da metade da floresta nos próximos 30 anos. Eu não autorizei. Você autorizou?





Estamos apenas medindo a febre e não combatendo as causas da doença. A febre em um doente alerta que algo vai errado, é apenas um índice. Há grande comoção quando os índices de desmatamento são expostos ao vexame público, e pouco interesse em discutir as verdadeiras razões de seu crescimento.





São os grandes fazendeiros! – apontam uns! É a expansão da soja! – sugerem outros. É a abertura de estradas, a ineficácia e ausência do poder público, o aumento das fazendas, os madeireiros, os garimpos, e assim por diante… Será que não continuamos na periferia do problema? Será que estamos apontando apenas as conseqüências de atos que praticamos em nosso dia-a-dia, de forma relapsa, impensada e, digamos, irresponsável?





Os responsáveis somos nós!





Será que estamos fazendo as perguntas certas? Quem é responsável pela maior parte dos desmatamentos? Não será difícil responder: as propriedades rurais dedicadas à pecuária. Trata-se apenas das grandes fazendas? Não, as pequenas e médias têm na pecuária bovina e bubalina (de búfalos) sua principal atividade.





E por que expande a pecuária na Amazônia? Certamente um fazendeiro tradicional irá comentar: “Porque é mais barato produzir carne na região, a terra tem pouco valor, a mão de obra é barata, há pouca fiscalização dos órgãos ambientais, trabalhistas e da receita federal”.





Esta, no entanto é uma resposta insatisfatória. Afinal, esta carne vai para algum lugar. Alguém consome este produto. Os dados são claros: mais de noventa por cento da carne produzida na Amazônia é consumida no próprio Brasil, a maior parte nas regiões de maior poder econômico – Sul e Sudeste. O crescimento do consumo de carne bovina é significativo. A cada dia mais e mais pessoas querem a sua picanhazinha e a sua maminha.





Em quarenta anos, de 1964 a 2004, o rebanho bovino da Amazônia saltou de 1,5 para 60 milhões de cabeças. Parte deste rebanho é clandestino. Este lote de animais prontos para morrer para saciar o desejo de comer carne bovina representa 1/3 do rebanho brasileiro. Três cabeças de boi para cada habitante da Amazônia. No Brasil já há mais bois que gente!





A pecuária é a principal atividade econômica rural da Amazônia. Não se trata apenas de grandes e médias propriedades (estes são 25 mil famílias com áreas acima de 500 hectares). A maior parte dos 400 mil pequenos proprietários rurais da Amazônia tem na pecuária a sua principal fonte de renda (seja pelo fracasso das demais atividades econômicas, seja pela completa incompreensão do que seja a natureza amazônica ou impaciência com a Natureza, preferindo carbonizá-la a conduzir a dança da sustentabilidade).





Lembremos que estamos em um país onde a maioria vive em grande carestia. Não fosse o baixo poder aquisitivo do brasileiro o consumo de carne seria pelo menos o dobro. O brasileiro come, em média, um bife pequeno por dia (100 gramas) – 36 kg de carne/ano.





Um boi de 16 arrobas tem em média 240 kg de carne. Se você comer carne bovina durante sua vida (72 anos – a idade média do brasileiro), isto significa um boi a cada 6,6 anos, 11 bois inteiros durante a vida – 2,6 toneladas de carne! Destes 11 bois, pelo menos 4 terão vindo da Amazônia, ou seja, a cada três dias o brasileiro come um bife da Amazônia.





Sabe-se que este é um índice médio. O consumidor da classe alta e média chegam a comer mais de 3 vezes esta cifra – 108 kg/carne bovina/ano. Ou seja, um caminhão com 32 bois, mais de 7,5 toneladas de carne em sua vida!





Quanto custa para a Humanidade este bife?





A insistência do modelo mundial de ocupação do solo, que privilegia a pecuária, é o principal responsável pela fome e desigualdade na área rural do Planeta. A quantidade de água, solos e recursos utilizados para produzir um quilo de carne seria suficiente para alimentar pelo menos 50 pessoas.





A expansão da pecuária é responsável por pelo menos 2/3 dos desmatamentos das florestas tropicais do planeta. Estas já ocuparam 16% do planeta. Hoje ocupam menos de 9%. Da II Guerra Mundial até hoje perdemos mais de 3% das florestas tropicais do planeta. Por quê? Principalmente porque há gente querendo comer carne bovina.





A pergunta que fazem os fazendeiros é: quanto o bife custa no seu prato? A pergunta que deve inquietar o cidadão deste planeta é: “quanto custa de esforço à Humanidade para você ter o luxo de um bife em seu prato?”





A pecuária é o pior empregador que existe no planeta. A miséria brasileira no campo pode ser resumida a uma frase: a pecuária bovina expulsou o homem do campo. Numa grande fazenda na Amazônia, emprega-se diretamente uma pessoa a cada setecentos bois, que ocupa uma área de 1 mil hectares. A mesma área com agricultura familiar empregaria pelo menos 100 vezes mais, com agro-floresta em permacultura empregaria 250 pessoas!





A pecuária gera pouca renda e esta é praticamente transferida para fora das regiões produtoras. A ilha do Marajó, uma área do tamanho da Suíça, após duzentos anos de pecuária (bovina e bubalina), tornou-se uma das áreas mais pobres da Amazônia – e do planeta – com índices de desenvolvimento humano (IDH) equivalentes aos de Bangladesh. Em Chaves, no Marajó, um quarto das crianças está fora da escola e 77% das crianças não tem luz em suas escolas!





A pecuária é altamente concentradora de renda. Inexiste uma única região do Brasil onde a pecuária promoveu o desenvolvimento com justiça social. Pior, a maior parte dos fazendeiros perde dinheiro com a atividade. Como não sabem fazer contas não percebem que estão ficando mais pobres a cada dia e que pouco poderão oferecer a seus filhos e netos.





Os estudos científicos do Imazon apontam que a pecuária é tão ineficiente que, em média, não oferece uma renda superior à da caderneta de poupança. Ou seja, seria mais negócio ao pecuarista vender tudo o que tem e viver do dinheiro aplicado.





Por quê, então, optamos pelo boi? Porque não pensamos, somos tão bovinos quanto a ilustre e inocente criatura. Não medimos conseqüências. Pautamo-nos pelo passado. Não questionamos se o que nossos pais e avós fizeram seria o melhor para nós, para nossas famílias e para a Humanidade.





Nem sempre a Humanidade fez escolhas certas. Em sua maioria são escolhas cômodas. Não medimos as conseqüências. No entanto, estamos diante de uma encruzilhada – ou transformamos a Amazônia em um imenso pasto ou iremos entregar às futuras gerações a mais diversa e bela floresta tropical do planeta. A escolha é sua. E de mais ninguém.





Quinhentos anos de atraso





Não há por que se assustar com esta responsabilidade. O Brasil é o campeão da falta de percepção ambiental e social. A pecuária bovina é sinônimo da história da ocupação do Brasil. Desde que o primeiro europeu colocou seus pés no Brasil, foi seguido pela pata do boi. O vírus da gripe, o boi, a bíblia e a arma de fogo modificaram este continente – difícil saber o que causou mais danos.





O boi é uma fonte de proteínas de baixíssima eficiência energética (converte em carne meros 7% do que come). Com sua pata compacta o solo, causa erosão e destrói as micro-bacias e o seu consumo traz sérias conseqüências à saúde.





O boi é um trator funcionando 24 horas. E por quê? Para saciar a vontade de comer picadinho, hambúrguer e estrogonofe. Para transformar o Brasil no maior pasto do planeta foi preciso “abrir” espaço para este animal. “Mato” (leia-se: floresta tropical com grande diversidade biológica) não alimenta boi. As florestas tem que ceder lugar ao pasto. Poderíamos resumir a história do desaparecimento da Natureza do Brasil em uma única lápide: “virou bife”.





Em 500 anos reduzimos os 1,5 milhões de hectares da Mata Atlântica (floresta tropical atlântica) a meros 7% de sua área original, a Caatinga para menos de 20% e o Cerrado para menos de 25% de sua área. Pior: a degradação continua, de maneira acelerada.





Insistimos em ocupar novos pastos na Amazônia ao invés de melhor a produtividade do que já se transformou em pasto no Sul, Centro-Oeste e Sudeste. O Brasil continua um país irresponsável em termos de produtividade na pecuária. Dos 850 milhões de hectares do Brasil, há no país cerca de 250 milhões de hectares de pasto (cerca de 30% do país). Deste total, cerca de 30% está na Amazônia - 75 milhões de hectares. A produtividade na Amazônia é pífia – 0,7 cabeças/hectare - símbolo da incompetência em compreender e tratar o meio físico amazônico. Vamos lembrar que o Brasil todo possui cerca de 50 milhões de hectares em área plantada!





Neste ritmo, em duas décadas teremos mais bois na Amazônia do que a totalidade do rebanho brasileiro atual (170 milhões de cabeças). No Brasil já há mais bois que brasileiros.





Resumo de nossa história: o Brasil virou pasto e nossa grande contribuição à humanidade foi substituir a maior floresta tropical do planeta em churrasquinho. Carne com gosto de fumaça, violência e extinção de espécies. Apesar da ditadura militar ter se desmilinguido nos anos 1980 a Amazônia continua sob o domínio do medo, da lei do mais forte, do coronelismo, da grilagem de terra, da corrupção e do incentivo fiscal a quem dele não necessita. Quem manda é o revólver e a motoserra. Um boi vale mais que uma vida.





Por quê?





Porquê insistimos em incorrer nos mesmos erros que nossos antepassados europeus, para quem a “pata de vaca” era sinônimo de progresso. O boi é celestial. O mato é o demônio. O arame farpado é progresso. A floresta calcinada é progresso. O mugido do boi é progresso. O pasto, que pode ser medido e contabilizado, é celestial.





O país continua a tratar a Amazônia como uma área ainda não conquistada, um imenso estoque de terra pronto para virar pasto. E mais, a Amazônia como fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, alumínio, energia elétrica etc.





As políticas públicas e a maior parte das empresas despreza os 10.000 anos de convivência com a floresta tropical. Desta aprendizado passo a passo, de descoberta do ser e viver. O Brasil trata as comunidades indígenas e a caboclas como culturas “primitivas”, “bárbaras” e “demoníacas”. O mato, o espaço do desconhecido, do que não pode ser controlado, é o antro do medo, da escuridão. É no mato que estão os piores horrores.





Não haverá aqui uma inversão de valores? Estamos prontos a reconhecer este erro? Ou continuaremos a nos ufanar que temos o maior rebanho comercial do planeta? Que nossos bois são “bois verdes”, comem só capim?





Vamos continuar a nos enganar? Seremos honestos com as futuras gerações? Quem está disposto a pensar um novo Brasil? Seremos os bois-de-presépio da vez, que sentam-se na lanchonete e devoram silenciosos seus hambúrgueres?





O desafio





Cabe a nós, e tão somente a nós todos, sermos diligentes e eficientes em propor um novo pacto civilizatório para a Amazônia, capaz de diminuir a pressão sobre as populações nativas e o meio ambiente. Seus 23 milhões de habitantes, com amplas necessidades de consumo, inclusive de proteínas, demandam respostas rápidas.





Afinal, come-se a Amazônia três vezes ao dia, no café-da-manhã, no almoço e no jantar. Deste total há 7 milhões de habitantes na zona rural, dos quais cerca de 2 milhões vivem em trinta mil comunidades tradicionais, em sua maioria com acesso precário a serviços públicos de educação, saúde, água, esgotos, energia, segurança e assistência técnica agrícola.





Não estará na hora de nos transformarmos de destruidores em enriquecedores da natureza. Será que não bastam os 75 milhões de hectares já desmatados da Amazônia (área superior a toda área agrícola do país) para revolucionarmos nossa compreensão de floresta tropical produtiva?





Não será a hora de formarmos agricultores da sustentabilidade (permacultores), guarda-parques, guias de ecoturismo, artesãos, madeireiros cuidadosos, cientistas e estudiosos do saber local?





E nós, continuaremos a ser meros telespectadores? Corrigindo, na verdade, somos mais que telespectadores, somos os que financiam este processo, silenciosamente, nas gôndolas de supermercado, nos espetinhos, nos pastéis de carne… Mais do que rebanhos de consumidores, de cabeça baixa, nossa ignorância alimenta a injustiça e a destruição. Aceitamos, silenciosamente, que as coisas continuem como estão.





Medidas práticas para o dia de hoje





Você pode mudar a Amazônia a partir de agora. A sua decisão de consumo afetará profundamente o que se produz na Amazônia









Ao nível individual:









  • se você come carne, pergunte a quem lhe vende, de onde vem a carne para saber se você está comendo ou não a Amazónia?




  • Se você mora fora do Brasil – pergunte se é mesmo imprescindível vir carne da Amazônia e das outras florestas tropicais (muitas vezes você come a Amazónia na forma de soja, que ao invés de alimentar pessoas é dado a porcos, galinhas e vacas).




Que medidas o poder público pode tomar agora por meio de decreto:









  • aumentar a taxa do imposto territorial rural das áreas de pastagens;




  • modificar a fórmula de cálculo do imposto de renda dos fazendeiros;




  • fiscalizar com seriedade as questões ambientais, trabalhistas e tributárias da cadeia produtiva da carne na Amazônia.




Ao nível coletivo nacional:









  • Não seria oportuno discutir uma moratória de alguns anos, digamos, quatro anos, onde nenhuma autorização de desmatamento fosse concedida. Não seria este um tipo de compromisso que um novo presidente da República deveria assumir?




  • Não seria oportuno organizar um amplo programa de re-educação para fazendeiros e suas famílias, permitindo que fossem capacitados em técnicas sustentáveis de convivência com a floresta? Afinal, eles são pessoas como nós, que só querem ter uma vida digna para si e seus familiares. A pecuária é apenas o meio de vida que se lhes coube e que sabem trabalhar.




Ao nível coletivo internacional:









  • Não está na hora de efetivamente discutir a relação entre a destruição das florestas tropicais do globo e a pecuária e o consumo de madeiras tropicais?




Teremos que olhar a Amazônia de outra forma, não através dos olhos bovinos que esmagaram o futuro nos últimos cinco séculos. É preciso que aceitemos que não somos bois-de-presépio nem bois-de-piranha. Somos seres capazes de decidir o que queremos. E queremos justiça social, ambiente saudável, emprego e renda com eqüidade. Queremos entregar às futuras gerações a Amazônia com a etnodiversidade, a biodiversidade e a diversidade cultural melhor ou igual àquela que recebemos.





João Meirelles Filho, janeiro de 2006





Considerações: Lua Lino





A Amazônia é o maior bioma brasileiro em extensão, ocupa quase metade do seu território nacional (49,29%), e possui a maior diversidade biológica do planeta. Ela também é considerada uma das regiões de maior desigualdade econômica e o seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU) equivale ao dos países mais pobres do mundo.





A principal atividade econômica rural da Amazônia é a pecuária. Essa atividade emprega uma pessoa para cada setecentas cabeças de gado, numa área de 1000 hectares; outras atividades menos impactantes empregariam de 100 a 250 pessoas na mesma área. Além disso, é uma atividade socialmente danosa, pois registra os mais altos índices de trabalho escravo do país.





O seu desmatamento para extração de madeira, agricultura e pecuária torna o Brasil um dos principais responsáveis pela emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.





Quem são os responsáveis por isso? Somos todos nós, os consumidores de carne. Mais de 90% da carne produzida na Amazônia é consumida nosso próprio país!!





A mudança de hábito alimentar significa parar para rever nossos conceitos, uma oportunidade de encontrarmos com nosso interior e refletirmos sobre o que estamos fazendo com o planeta. Reclamamos da pobreza, da miséria e da falta de preocupação com o meio-ambiente, mas nunca pensamos no quanto estamos contribuindo com a sua degradação, nem tampouco tentamos reverter essa situação.





Além dos problemas sócio-ambientais causados pela pecuária, é comprovado que o consumo da carne faz muito mal ao nosso organismo. Entre outras doenças, a carne é responsável pelo aumento do nível de colesterol, pelo o risco de doenças cardio-vasculares, além de causar alguns tipos de câncer. De fato, deixar de comer carne não é tão atrativo quanto comê-la, mas isso se não colocarmos na balança a nossa saúde e a saúde do planeta.





“E de que vai adiantar se eu parar de comer carne?” Bem, se só uma pessoa parar de comer carne pouco vai adiantar. Porém se cada vez mais pessoas se conscientizarem da relação entre uma alimentação sadia e um ambiente sadio; com pouco tempo a humanidade reflorestará suas áreas de pastagens.





João Meirelles





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Hoje 5 de setembro é Dia Mundial da Amazônia!!!!!





Este 5 de setembro marca o Dia Mundial da Amazônia, data escolhida por ter sido nesse dia, em 1850, que a Lei n. 582 criou a Província do Amazonas, separando a região da então Província do Pará. Trata-se da maior floresta tropical úmida do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados distribuídos por nove países: Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.





Mais de 3 milhões dessa área estão em território brasileiro, nos estados de Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Tocantins, Amapá, Acre, Pará e parte do Maranhão. A Floresta Amazônica é o bioma mais extenso do mundo e ocupa metade do Brasil. A região é composta por uma biodiversidade única, distribuída por diversos tipos de ecossistemas.





A Amazônia conta com 40 mil espécies de plantas catalogadas, mas a biodiversidade é tanta, que milhares de espécies sequer foram reconhecidas. Também é neste bioma que encontramos a maior variedade de aves, primatas, roedores, répteis, insetos e peixes de água doce do planeta. Para se ter uma ideia, um quarto da população de macacos do mundo está na Amazônia. Além dos primatas, são mais de 300 espécies de mamíferos, como a onça-pintada, a ariranha e o bicho preguiça. A floresta abriga cerca de 3 mil espécies diferentes. A região também é rica em peixes ornamentais, que são comercializados para ser criados em aquários.





"Pulmão do mundo"





A importância da Floresta Amazônica vai muito além dos países nos quais ela está inserida geograficamente, segundo os especialistas. Entre as razões-chave para o mundo tudo preservá-la, destacam-se as seguintes:





- A floresta exerce papel fundamental no ciclo de carbono que influi na formação do clima mundial. Apenas para se ter noção, dos cerca de 200 bilhões de toneladas de gás carbônico absorvidos por vegetação tropical em todo o mundo, 70 bilhões são armazenados pelas árvores amazônicas. Atualmente, estima-se que a Amazônia absorva cerca de 10% das emissões globais de CO2 oriundos da queima de combustíveis fósseis.
- A região amazônica deverá agir como um "ponto de inflexão" para o clima global. Segundo estudo divulgado em fevereiro de 2010 por cientistas da Universidade de Oxford, do Instituto Potsdam e de outros centros de pesquisa, a Floresta Amazônica é a segunda área do planeta mais vulnerável à mudança climática depois do Oceano Ártico. A ideia central é que o aumento do desmate deve gerar um ciclo vicioso: a grande redução na área da floresta geraria um aumento significativo nas emissões de CO2, que por sua vez elevariam as temperaturas globais, que assim causariam secas.
- A biodiversidade gigantesca do bioma, que ainda faz dele o mais rico do mundo em recursos naturais.





Situação atual





A Floresta Amazônica está distribuída em diversos tipos de ecossistemas, das florestas fechadas de terra firme, com árvores com 30 a 60 metros de altura, às várzeas ribeirinhas, aos campos e aos igarapés. Devido a essa riqueza e biodiversidade, o extrativismo vegetal tornou-se a principal atividade econômica da região, e também o principal foco de disputa entre nativos, governo e indústrias nacionais e internacionais. Ao todo, são mais de 200 espécies diferentes de árvores por hectare que são foco direto do desmatamento, principalmente as madeiras nobres, como o mogno e o pau-brasil.





Mais de 60% da área já desmatada na Amazônia foram transformados em pastos, segundo levantamento divulgado na sexta-feira, 2 de setembro, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Dos 720 mil quilômetros quadrados de florestas derrubados até 2008 (uma área equivalente ao tamanho do Uruguai), a maior parte foi convertida para a pecuária (62,1%).





Em 21% da área desflorestada, o Inpe e a Embrapa registraram vegetação secundária, áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas com espécies exóticas. Essas áreas, segundo Gilberto Câmara, do Inpe, poderão representar oportunidades de ganhos para o Brasil nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas, porque funcionam como absorvedoras de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa.





Países amazônicos e Rio+20





Representantes dos sete países membros da região amazônica estiveram reunidos na quinta-feira, 1º de setembro, a fim de estabelecerem entendimentos para fechar uma posição a ser levada à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro.





O encontro em Brasília também serviu para definir uma pauta comum de cooperação pela preservação do bioma. Promovida pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), a reunião de coordenação da agenda ambiental objetivou a troca de experiências e intercâmbio entre as diferentes políticas para o setor.





Os países amazônicos aprovaram uma recomendação em prol do engajamento dos estados integrantes da OTCA na preparação da Rio+20. Para o diretor do Departamento de Articulação de Ações para a Amazônia, Mauro Pires, que abriu o encontro, "a ideia é buscar o alinhamento das distintas agendas ambientais dos países que fazem parte da Amazônia". O secretário geral da OTCA, Embaixador Alexandro Gordilho, ressaltou a importância de sistematizar as informações e os mecanismos de coordenação das autoridades de meio ambiente do tratado.





MSN Verde hoje, 5 de setembro




































quinta-feira, 1 de setembro de 2011

amo chita








Algumas destas peças encontrei na internet, umas são minhas próprias produções e outras fotografei em festas populares aqui em Alto Paraíso de Goiás.
Chita me lembra a "roça" que encontro todos os dias por aqui, trabalhando com a Compra da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar, andando pelas estradas no Centro deste País, tão belo, tão desconhecido, tão usurpado mas TÃO AMADO! Ah, meu Brasil, brasileiro!!!!!!

Chita (tecido)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Várias padronagens de chita.
Chita é um tecido de algodão com estampas de cores fortes, geralmente florais, etramas simples. As estamparia é feita sobre o tecido conhecido como morim. Uma estampa característica de chita sobre outro suporte que não seja morim não é chita.
As características principais são: cores primárias e secundárias em massas chapadas que cobrem totalmente a trama, tons vivos, grafite delineando os desenhos, e a predominância de uma cor. As cores intensas servem, não só para embelezar o tecido, mas também para disfarçar suas irregularidades, como eventuais aberturas e imperfeições.
O nome chita vem do sânscrito chintz [1] e surgiu na Índia medieval e conquistou europeus, antes de se popularizar no Brasil.
Índice [esconder]
1 Chintz
2 História da chita no Brasil
2.1 O século das chitas
2.2 Algodão vimaranense (2010 a 2011)
2.3 Crescimento e conflito (1930 a 1950)
2.4 O batismo do chitão (anos 50)
[editar]Chintz



Chintz era originariamente um tecido estampado produzido na Índia de 1600 a 1800 e bastante popular como roupa de cama e para patchwork. Por volta de 1600, mercadores portugueses e holandeses levaram a chintz para a Europa. Esses tecidos eram ainda extremamente caros e raros. Por volta de 1680 mais de 1 milhão de peças de chintz eram importadas para a Inglaterra por ano, e uma quantidade similar seguia para a França e Holanda.
Com a chintz importada se tornando popular entre os europeus no fin do século XVII, havia preocupação por parte das tecelagens francesas e inglesas, uma vez que não produziam chintz. Em 1686 conseguiram que a França proibisse a importação deste tecido. In 1720 o parlamento inglês proibiu não só a sua importação bem como o seu uso.
Os produtores europeus fizeram várias tentativas de imitação dos padrões de chintz, sendo um dos resultados mais conhecidos a estampa francesa toile de Jouy (foto à direita).
[editar]História da chita no Brasil

A chita veio para o Brasil com os europeus a partir de 1800. O tecido originário da Índia passou por várias melhorias até chegar ao que temos hoje. Após um longo processo burocrático, cultural e financeiro, a chita passou a ser produzida também no Brasil. A produção do tecido no país o barateou, e muito, tornando populares as peças confeccionadas com o material, transformando-o, assim, em um dos ícones da identidade nacional. [2] Atualmente é mais usado em festas populares, como a festa junina, mas vem sendo valorizado também na decoração, principalmente como referência estética. De tempos em tempos, ganha espaço em passarelas, galerias de arte, vitrines e palcos, quando estilistas, artistas plásticos, designers e outros criadores redescobrem estas estampas e as incorporam a suas produções.
[editar]O século das chitas
Nas três primeiras décadas do século XX, a indústria brasileira viveu uma fase intensa de desenvolvimento. A construção da malha ferroviáriae de usinas hidrelétricas facilitava o crescimento, da mesma forma que a chegada de inovações técnicas, como o motor de combustão interna e o motor elétrico. Na área têxtil, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais passaram a concentrar a maior parte das indústrias, assim como o poder econômico que sua produção agropecuária lhes conferia.
Era a época da “política do café-com-leite”: os cafeicultores paulistas e produtores de laticínios mineiros tinham influência tão forte na política nas décadas de 10 e 20 que se alternavam no comando da nação, com um dos estados indicando o presidente a cada quatro anos.
[editar]Algodão vimaranense (2010 a 2011)
Até o final dos anos 20, a manufatura têxtil de algodão absorvia 40% do nosso capital e 23% de toda a nossa mão-de-obra empregada em nossa indústria. A estamparia ia a pleno vapor, e novamente a eficiência de nossa produção assustou a Inglaterra. Naquele ano, a produção de tecidos brasileira estava calculada em 378.619.000 metros; em 1908 fora de 256.982.203 metros, contra 20.595.375 metros no ano de 1885. As chitas já eram fabricadas em larga escala em grandes empresas. É possível identificar, no acervo do Museu Têxtil Décio Mascarenhas, da Cedro Et Cachoeira, amostras de tecido dos primeiros anos do século XX com estampas florais miúdas, que podem ter sido inspiradas no tecido inglês conhecido como Liberty.
Em 1912 surgiu a Companhia Fabril Mascarenhas. Começava ali a trajetória de uma empresa que não cresceria muito, mas que começaria a produzir a chita nos anos 70 e o chitão na década seguinte, mantendo essa produção em plena atividade até os dias de hoje – no momento, sob o comando do neto do coronel Mascarenhas, José Henrique Mascarenhas.
Enquanto isso, o cenário internacional vivia as crises que culminariam com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a vitória do comunismona União Soviética (1917), enquanto nosso país era agitado por revoltas populares, envolvendo ex-escravos, agricultores e operários.
A Primeira Guerra Mundial, porém, teria efeito benéfico sobre a produção brasileira. Os países europeus tiveram suas produções manufaturadas suspensas e se dedicaram à produção de armas. Logo, o Brasil começou a tomar lugar de destaque no comércio internacional de produtos manufaturados.
[editar]Crescimento e conflito (1930 a 1950)
A década de 30 chegou com Getúlio Vargas no poder e a necessidade de solucionar graves problemas financeiros nacionais, reflexos da crise internacional.
De 1931 a 1938 a produção nacional de tecidos de algodão cresceu em cerca de 50%, alcançando os 963.757.666 metros anuais. É desse período a fundação da Fiação e Tecelagem São José, em Mariana, Minas Gerais. Nela começou a produção de chita e a gestação do chitão.
Enquanto isso, os EUA retomavam o crescimento econômico, o continente europeu assistia a marcha do nazismo e o Brasil caminhava para a ditadura Vargas. Em 1939 eclodia a Segunda Guerra Mundial, e mais uma vez o conflito favorecia a nossa industria têxtil.
Em 1944 era aberta em Contagem, cidade na região metropolitana de Belo Horizonte, a Estamparia S.A., que é uma das poucas empresas que ainda produz chita, mas apenas 100 mil a 150 mil metros por mês, o que corresponde a 5% de sua produção mensal de tecidos.
Com o fim da guerra, restava o aumento da especulação monetária e da inflação. Os frutos das novas tecnologias, desenvolvidas para a guerra, chegaram até nós e, na área têxtil, o náilon era o novo objeto de desejo. A chita continuava vestindo os trabalhadores braçais e os moradores das regiões rurais, e era, e ainda é, o pano característico das festas populares. Também era usada nas periferias urbanas. Era a vestimenta do dia-a-dia ou a chamada roupa de brincar das crianças.
[editar]O batismo do chitão (anos 50)
O período denominado democracia populista vai de 1945 a 1964 e se caracteriza pela instabilidade política. A economia e a indústria têxtil sofriam as conseqüências de tanta insegurança. Várias empresas continuavam a produzir e vender chita em abundância, muitas das quais deixariam de fabricá-la alguns anos depois.
As revistas femininas da época ditavam a moda – vinda de Paris – e ensinavam o comportamento feminino ideal: o de submissa rainha do lar. A drástica virada de mesa dos anos 60 ainda estava por vir, para mudar os rumos de lares, mulheres, rainhas, moda – e usos da chita.
A Fábrica de Tecidos Bangu deixara de produzir Chita para pesquisar, desenvolver e produzir tecidos de qualidade à altura do mercado internacional, usando principalmente o algodão como matéria-prima. Encerraria, assim, sua função inicial de grande produtora de morins e chitas. Até o encerramento de suas atividades existia, na sede da fábrica, no Rio de Janeiro, a chamada Sala das Chitas.
No final da década de 1950, a Fiação e Tecelagem São José voltou-se à demanda especifica de sua clientela, e começou a fazer testes para fabricar tecidos – entre os quais a chita – com largura maior. A essa nova chita, mais larga, deu-se o nome de chitão, que “só deu certo e foi divulgado na década de 1960, quando todo mundo começou a fazer também”, recorda-se Oziris Cimino, diretor comercial da Fiação e Tecelagem São José.
Hoje, o que caracteriza o chitão são as dimensões e as cores de suas estampas florais. Se alguém fizer essa estampa sobre outro suporte que não seja morim, certamente a referência do novo tecido será “estampa de chitão”.